Dr. Mario Siqueira & Dr. Roberto Martins Rua Oscar Freire, 2250 Cj.18 Térreo Pinheiros | São Paulo SP | 11 4314-8585 11 96621-3442

LESÕES DE
NERVOS PERIFÉRICOS
O que é um
nervo periférico?
O sistema nervoso é dividido em duas partes:
PARTE CENTRAL, formada pelo cérebro e pela medula espinhal (o centro do comando);

PARTE PERIFÉRICA, composta pelos nervos periféricos, estruturas com forma de tubos longos que podem conter milhares de fibras nervosas, que conectam os nervos do cérebro (nervos cranianos) e da medula espinhal (nervos espinhais) com todo o corpo humano, controlando movimentos e sensações que nos fazem sentir, agir e reagir.

movimentos
sensações
MOVIMENTOS (motricidade): o comando é criado no cérebro e segue em forma de estímulo elétrico até a medula espinhal e então, através dos nervos periféricos, alcança o músculo relacionado, permitindo o movimento.
SENSAÇÕES (sensibilidade): o caminho é inverso - o estímulo elétrico tem origem nos receptores na pele, tendões e músculos e segue através dos nervos periféricos até a medula espinhal e depois ao cérebro, que "traduz" esta informação em tato, dor, pressão, calor/frio e noção da posição do corpo no espaço.
Como somos neurocirurgiões especializados em cirurgia de nervos periféricos, não tratamos casos relacionados a problemas no sistema nervoso central.
Como o nervo periférico
pode ser lesado
em adultos e crianças?
As lesões de nervos periféricos interrompem total ou parcialmente a comunicação, via impulsos elétricos, do sistema nervoso central com os membros do corpo. Elas podem ser causadas por:

TRAUMATISMO
(causa mais frequente)
Qualquer tipo de acidente cortante ou de forte impacto pode provocar corte, contusão, esmagamento, tração ou rompimento de um ou mais nervos periféricos.

COMPRESSÃO
É o aperto do nervo pelos ligamentos e tendões ou pelo uso repetitivo da articulação, fratura, luxação, artrite ou pequenos traumas repetitivos.

TUMOR
Tumores benignos (schwannoma e neurofibroma) e tumores malignos ou tumores de estruturas próximas que comprimem os nervos.
A Clínica Nervus é especializada no tratamento de doenças de nervos periféricos que necessitem de cirurgia, por isso não atende aos casos clínicos de neuropatia periféricas relacionadas a polineuropatias, como acontece no diabetes, alcoolismo, hipotireoidismo, falta de vitaminas, substâncias tóxicas como chumbo e mercúrio, inflamações, infecções e outras. Esse atendimento deve ser realizado por neurologista especialista na área.
O que é uma
lesão iatrogênica de nervo
(causada por cirurgia anterior)?
As lesões iatrogênicas de nervos periféricos são aquelas causadas de forma involuntária durante um tratamento cirúrgico anterior ou realização de outros procedimentos.
Na cirurgia pode ocorrer secção parcial ou completa durante o acesso, durante o posicionamento de implantes, lesão por brocas, fios ou parafusos ou ainda lesões térmicas, por uso de imobilizações ou posicionamento inadequado na cirurgia.
Quais as consequências
da lesão de nervos periféricos?

LESÃO COMPLETA
Quando há laceração e rompimento total do nervo periférico, as fibras nervosas distais ao local da lesão degeneram, ou seja, morrem. Isso provoca paralisia de músculos e perda da sensibilidade na região inervada pelo mesmo. Nesses casos, o único tratamento que traz possibilidade de recuperação é a cirurgia. O reparo cirúrgico restabelece a continuidade do nervo dando condições para que, dentro de sua considerável capacidade de regeneração, as pequenas fibras possam crescer a partir do reparo e atingir os músculos, por exemplo.

LESÃO PARCIAL
Trauma de nervo periférico pode provocar lesão incompleta com perda parcial das funções, com sintomas como paralisia e dor. A regeneração espontânea pode ocorrer e depende da intensidade da lesão. Nos casos em que a recuperação não ocorreu, o tratamento cirúrgico passa a ser considerado.
Compressão de nervo periférico pode provocar redução de um isolante natural chamado bainha de mielina que envolve cada pequena fibra. Essa bainha isola cada fibra do nervo permitindo que a condução do impulso elétrico seja mais rápida e pode ser reconstituída se a compressão for tratada. No entanto, se não for tratada, pode provocar redução do sangue que chega no nervo causando diminuição da oxigenação e morte das fibras nervosas, levando a uma lesão grave e permanente.
Qual é o tratamento clínico
para lesões de
nervos periféricos?
O tratamento clínico das lesões de nervos periféricos consiste em:

REABILITAÇÃO
Um programa intensivo de fisioterapia ou terapia ocupacional deve ser iniciado o mais precocemente possível. A reabilitação mantém as articulações móveis, retarda o processo de atrofia muscular, impede o encurtamento de tendões e mantém a musculatura adjacente em condições ideais para o retorno de funcionamento dos músculos paralisados.

ÓRTESES
O uso de talas, tipoias e outros tipos de órteses pode ser útil para impedir fixações articulares em posições inadequadas (como deformidade em garra na mão). As partes do corpo que perderam a sensibilidade devem ser protegidas para evitar lesões involuntárias.

ANALGÉSICOS
Aos pacientes com dor associada à lesão do nervo periférico podem ser prescritos medicamentos analgésicos para dor comum ou para dor neuropática, conforme o caso.

Quando a cirurgia
de nervos periféricos
é indicada?
É fundamental que os pacientes sejam avaliados precocemente por um médico com experiência no tratamento de lesões de nervos periféricos, para determinar a necessidade ou não de tratamento cirúrgico.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de uma lesão de nervo periférico é realizado por meio da avaliação do histórico do paciente e do exame clínico. Exames complementares por imagem (ultrassonografia e ressonância magnética) e eletrofisiológico (eletroneuromiografia) são de grande utilidade na caracterização da localização, extensão e gravidade da lesão. No entanto, algumas vezes o tipo exato de lesão só pode ser estabelecido ao exame direto durante a cirurgia.
JANELA TERAPÊUTICA
Para que o tratamento traga os melhores resultados, é importante que seja feito dentro da janela terapêutica, período ideal no qual a chance de recuperar a função do nervo é maior. Isso depende do mecanismo, tempo decorrido desde a lesão, local e gravidade da lesão, bem como grau de comprometimento da função. Enquanto lesões agudas devem ser tratadas imediatamente, lesões parciais requerem um período de observação (semanas a meses) para que seja possível avaliar a ocorrência de regeneração espontânea. Caso não ocorra, a cirurgia passa a ser considerada.
TÉCNICA CIRÚRGICA
Reparo direto entre dois cotos de nervo seccionado
O emprego da técnica de reparo microcirúrgico mais adequada, aliado à escolha do momento ideal para a realização da cirurgia, pode levar a restauração funcional útil em grande número de pacientes com lesões graves ou mesmo incapacitantes. Durante a cirurgia, avalia-se a transmissão de eletricidade pelo nervo, a extensão da lesão e é feita sua reconstrução (com sutura direta, enxerto entre as terminações nervosas ou uso de tubos condutores absorvíveis).


Reparo com enxertos entre dois cotos de nervo seccionado
RESULTADOS
Quando reparadas no momento ideal, as fibras nervosas que sofreram
desmielinização podem ter sua função recuperada rapidamente após a cirurgia, com restabelecimento da condução dos estímulos elétricos. Fibras nervosas rompidas e degeneradas podem crescer novamente até os músculos, permitindo, em muitos casos, a recuperação funcional dos nervos periféricos ao longo do tempo. Por vezes, são necessárias cirurgias secundárias (ortopédicas) para melhorar a função. É importante que médico e paciente alinhem previamente as metas e as limitações do tratamento e que, se necessário, estejam preparados para trabalhar juntos por longo período de tempo, para que possam obter o melhor resultado possível..
REABILITAÇÃO
Em casos de nervos periféricos degenerados, o crescimento das fibras nervosas em regeneração é lento, podendo demorar muitos meses e até mesmo anos. É fundamental que o paciente não perca a esperança durante esse período de espera e inicie um programa de reabilitação intensivo (fisioterapia /terapia ocupacional) para que os músculos e articulações afetados não atrofiem, para evitar contraturas e para que os músculos persistam flexíveis e prontos para serem novamente utilizados quando as fibras nervosas crescerem até eles.
Quais são os cuidados
pós-operatórios?
Como em todo procedimento cirúrgico, na reconstrução de nervos periféricos também existem riscos (ex. anestesia, sangramento, infecção etc.) e complicações (ex. dor, formação de cicatriz interna etc.). Por isso, mantenha o contato direto com o médico cirurgião e sua equipe após a cirurgia.
É importante manter, sempre que possível, o membro operado elevado para evitar ou reduzir o inchaço. O inchaço pode provocar dor e tornar o pé ou a mão rígidos. Quando não houver contraindicação (ex. reparo de tendões), a simples movimentação necessária para fechar e abrir a mão ou para fletir e estender o pé no tornozelo, repetida 10 vezes a cada hora, auxilia a movimentar o fluido acumulado e reduzir/evitar o inchaço.
O tempo de permanência do curativo e de eventual imobilização é variável e os mesmos não devem ser removidos sem a autorização do médico. Mantenha o curativo sempre seco.

Por que nos
aprimoramos
continuamente?
Sabemos que um cirurgião especializado em lesões dos nervos periféricos precisa desenvolver e aprimorar muitas qualidades técnicas para realizar bem o seu trabalho e oferecer ao paciente as melhores oportunidades de recuperação das funções motoras e sensitivas.
Há mais de 30 anos, nos mantemos atualizados através do contato com os melhores cirurgiões de nervos periféricos do mundo, pois sempre há algo a aprender. Não negligenciamos o conhecimento.

CONHECIMENTO ANATÔMICO
Como os nervos periféricos estão presentes em todas as partes do corpo, com exceção do cérebro e da medula (onde os nervos são chamados de cranianos e espinhais), o cirurgião especialista em nervos periféricos precisa ter amplo e profundo conhecimento anatômico de todo o corpo humano.
CONHECIMENTO SOBRE NERVOS PERIFÉRICOS
As lesões de nervos periféricos têm sido alvo de notória atenção entre cientistas, pesquisadores e cirurgiões. Novos modelos são elaborados constantemente para realização de pesquisas e grande volume de conhecimento sobre este tema tem sido divulgado, envolvendo fatores de crescimento, degeneração e regeneração nervosa, plasticidade do sistema nervoso, neurotransmissores, condutores, tipo de reparos, material de sutura, selantes de fibrina, entre outros.

MICROCIRURGIA
Como em sua maioria os nervos periféricos são estruturas anatômicas de pequenas dimensões, com diâmetro por vezes na ordem de milímetros, a técnica cirúrgica utilizada é a microcirúrgica, baseada no uso de aparelhos de aumento (microscópio ou lupa cirúrgicos) e de instrumental delicado para manipulação. Essa técnica aumenta muito a precisão do procedimento.

CICATRIZ CIRÚRGICA
Embora a estética da cicatriz resultante da cirurgia de nervos periféricos não seja a maior preocupação do paciente, nós empregamos o uso de ponto de plástica para fechar a incisão cirúrgica e possibilitar que a cicatriz seja discreta.